Páginas

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Brilhos e agulhas





O que cresce em meu peito antes cheio de cor e brilho cintilante é uma mancha escura, quase negra. Toda a clareza e a esperança se esvaem. Toda a tranquilidade transmutada em um sentimento que não posso dizer exatamente qual é. Uma mistura de forte angústia com uma dor enraizada, lá no fundo.

Leves pontadas que doem como uma agulha, como milhões de finas agulhas ou espinhos, perturbando o coração assim como perturbavam o caminhar da sereia menina de Andersen. Milhões de pontadas sombrias que refletem o desconsolo do tal sentimento anônimo.

Sem saber reagir e me defender da sensação de estar aos poucos perdendo parte de mim, sonho com as cores que antes inundavam minh'alma e transbordavam inocência, alegria, pureza de espírito e a sutil omissão de preocupação. Preocupação essa que agora é quem se desnuda dentro de mim. 
Desamparo e desespero... Silenciosos.

O sorriso continua colorido, ainda há quem diga. Mas o brilho nos olhos, esse não é mais como outrora.




agosto/2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário