Para um grande amigo, Short

     

As pessoas mudam de lugar, saem do bairro em que foram criadas, mudam da casa que lembra toda a infancia, vão estudar em outro colegio, mudam de faculdade. Viajam e acabam ficando por lá, saem da cidade pela transferencia do emprego Deixam de jogar bola na rua ou de sair a noite com os colegas, fazem promessas pra parar de beber com os amigos, resolvem ficar na casa em que passaram a morar sozinhos, no sabado a noite, só pra estudar, terminar aquele projeto. Ficam sem tempo pra tudo depois de encarar a “facul” e o estágio, e ainda por cima, tem o namorado(a) que também exige tempo, e precisa naturalmente de atenção. Começam novas responsabilidades. Aí então, saem da casa dos pais, tem que saber controlar o dinheiro que agora tem que render e pagar todas as contas. Respiram mais aliviados com a independencia… na primeira semana, por que na segunda acabam vendo que ninguém vive sozinho.
E é essa a beleza da vida. Passar pelas mudanças tristes, felizes, constrangedoras, construtivas e crescer entendendo que ninguém vive sozinho. E o melhor é ver que quem esteve de coração ao seu lado, hoje, amanhã ou daqui a 20 anos ainda estará, mesmo que geograficamente distantes.

Eduarda Lima